Hidrogênio verde e ESG abrem caminho para transição energética
por Fernanda Zandonadi
em 11/06/2025 às 15h42
3 min de leitura

As irmãs Mari e Dani Klein ao lado de Daniel Lyrio na Conferência Sustentabilidade Brasil 2025
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A transição energética precisa ser mais que discurso — ela precisa impactar diretamente os modelos de negócio. É com essa visão direta e pragmática que o consultor ESG e CEO da Lyrio ESG e Sustentabilidade, Daniel Lyrio, participa do “Transição energética: energia que conecta com transição”, realizado nesta quarta-feira (11), na Conferência Sustentabilidade Brasil, em Vitória, no Espírito Santo. Durante entrevista concedida antes do debate, Lyrio foi enfático ao destacar que só haverá mudança real quando o impacto ambiental pesar no orçamento das empresas.
“Tem que doer no bolso. Quando as utilizadoras dos combustíveis tiverem que ser sustentáveis em algum grau, senão paga multa, muda”, afirmou. Segundo ele, a regulação já começa a transformar o cenário empresarial brasileiro. “A partir deste ano, as empresas na Bolsa de Valores de São Paulo são obrigadas a ter relatórios de sustentabilidade. Em alguns anos, as de capital fechado também serão obrigadas”, completou.
O especialista detalhou como atua na estruturação de processos ESG em empresas de diversos portes. “Primeiro, é preciso de dois ou três meses para analisar a maturidade do ESG da empresa. Depois, construímos uma matriz de materialidade ESG, com os índices que mais impactam. Depois fazemos um plano de ação para mitigação desses pontos. Depois desse plano de ação, fazemos o relatório de sustentabilidade. Não tem mágica na ESG, é feita a médio e longo prazo.”
ESG é a sigla para Environmental, Social and Governance — em português, Ambiental, Social e Governança. Trata-se de um conjunto de critérios usados para medir o grau de responsabilidade socioambiental e ética de uma empresa, indo além da performance financeira tradicional.
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Crítico da falta de responsabilidade socioambiental de setores estratégicos, Lyrio destacou o papel de grandes empresas na crise ambiental. “A indústria que mais polui é a petrolífera”, disse, apontando para o hidrogênio verde como uma solução para a crescente necessidade energética do planeta.
Produzido a partir da eletrólise da água, com energia de fontes renováveis, o combustível é considerado uma das principais alternativas para descarbonizar setores intensivos, como a aviação. “O hidrogênio verde é o combustível do futuro. Você consegue metabolizar as moléculas por meio da hidrólise e reutilizar até a amônia. Será um combustível leve e suave”, apontou Lyrio, ressaltando que o processo ainda é caro e feito por etapas, mas ele não produz gases de efeito estufa e pode ser transportado por dutos. “É uma solução real e escalável”, complementou.
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